"Branco sai, preto fica": ficção científica/ realidade à brasileira

Olá, assíduos leitores. Volto a postar aqui em nosso querido Tatu do Impensável. Decidi falar um pouco sobre cinema, especificamente sobre um filme que assisti a alguns meses atrás: "Branco sai, preto fica". Foi uma grande surpresa para mim esse longa, dirigido pelo goiano Adirley Queirós. Trata-se de uma produção com aspecto de documentário, intercalado com momentos de doideira, com o icônico Crava-Lanças, agente especial do serviço secreto brasileiro (ou algo assim, não me lembro direito).
A narrativa, apesar de confusa, é simples. Há dois personagens principais, que tem os membros inferiores amputados, porém que se viram muito bem sozinhos, vivendo em
Ceilândia, uma cidade-satélite de Brasília. Quando mais jovens, frequentavam uma festa de black music muito badalada, porém, certo dia, a polícia invadiu o local e causou uma grande confusão, que resultou em muitos feridos, entre os quais nossos dois queridos personagens principais.
Crava-Lanças vem em sua grandiosa espaçonave (um contêiner com umas luzes muito loucas dentro) do futuro, em uma missão para recolher provas de que o Estado brasileiro cometeu um crime na ocasião da confusão na festa, para processá-lo no futuro. Enquanto isso, os dois amputados bolam um plano mirabolante, que só se entende o que é ao final do filme.
O que eu achei muito legal nessa produção foi essa mistura de gêneros. As soluções encontradas para representar as cenas de viagens no tempo e explosões são muito interessantes e engraçadas, demonstrando muito bem o que é o cinema brasileiro, sem aquele ideal de heroísmo norte-americano (e sem o orçamento norte-americano também).  "Branco sai, preto fica", não sei exatamente por qual motivo, me lembrou outro filme brasileiro: Macunaíma, de 1969, baseado no livro de mesmo nome de Mário de Andrade.
De qualquer modo, assista esse interessantíssimo longa-metragem. Vá preparado, pois não é um filme convencional, é necessária alguma dose maior de atenção para que o filme tenha algum sentido para você. Mesmo que você não entenda nada, tenho certeza que dará umas boas risadas (é a dança do jumento, balançando o instrumento!). Ah! Assista também Macunaíma. É mó legal (apesar de nunca ter assistido inteiro, recomendo). Beijos e até a próxima. Quem sabe eu me animo e volto a postar regularmente por aqui.

P.S.: Higa, aguardo postagens suas também.
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