''Eu perco o juízo / Na Avenida Paulista''



  Na semana passada fui ver uma peça de teatro da escola no Paraíso. Para chegar até lá, eu, Caio, Pedro e Marcelo (uma pessoa que vocês não conhecem) devíamos descer na Estação Brigadeiro, mas escolhemos a Consolação. O motivo? Percorrer a Avenida Paulista. Essa via sempre me fascinou, talvez pelos seus imponentes prédios, sua grande importância para a cidade de São Paulo, a diversidade de pessoas que passam por lá, seu enorme arsenal de coisas para se fazer.



  Essa avenida é o meu lugar preferido em Sampa. Percorrer esse cartão-postal da Praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, até a Praça dos Arcos, lá perto de Higienópolis, é uma experiência muito boa, pela qual todo bom paulistano deveria passar. Por trás de arranha-céus onde trabalham homens de terno e gravata, existe a avenida mais encantadora e badalada da cidade. Por lá tem o Réveillon, a Corrida de São Silvestre, a Parada Gay, os protestos e manifestações. O símbolo de nossa amada cidade! E é sobre alguns dos melhores lugares dessa bela via pública que vou falar nesse post (cujo título são os versos de uma música da Rita Lee). Obs: tem muita coisa legal na região. Só falarei da Paulista, mas o que tem nos arredores (principalmente na amada Rua Augusta) poderia ser assunto de dois posts. Lembrando que há três estações de metrô passando sob a avenida: Brigadeiro, Trianon-MASP e Consolação, tudo da Linha Verde. Nas pontas, a Estação Paraíso, da Linha Azul, e a Paulista, da Linha Amarela.

 
Foto da Avenida Paulista em 1902, para deixar o post mais educativo








  Começamos com um pouco de cultura: o museu de arte mais importante da cidade, o MASP (Museu de Arte de São Paulo). Sem dúvida o prédio que possui a arquitetura que mais chama a atenção na avenida, foi inaugurado nela em 1968 (teve até a rainha da Inglaterra na inauguração). O museu recebe o nome do magnata da comunicação Assis Chateaubriand. Contém um acervo incrível, com pinturas de Van Gogh, Delacroix, Monet, Rafael, Ticiano, Goya, Portinari, Gauguin e Renoir. A exposição permanente é algo que merece ser visitado. No subsolo, acontecem exposições temporárias (eu já fui numa do Darwin e em uma do Caravaggio). O ingresso custa 15 reais, mas terça-feira é grátis! O vão livre do MASP também é uma “atração” à parte. Aos domingos, acontece a famosa feirinha lá. O vão também é lugar de vários protestos que você vê na televisão. É bom ficar lá e apreciar a visão da Nove de Julho (só tome cuidado com os drogados). Visite, é muito legal. Fica perto do Metrô Trianon-MASP.
   Para mais informações, clique aqui.




   

  Agora vem o grandioso Conjunto Nacional, o lugar que eu mais curto na avenida. Esse enorme complexo residencial, cultural e comercial é praticamente uma pequena cidade dentro da cidade. Inaugurado em 1956, fica no quarteirão formado pela Paulista, rua Augusta, Alameda Santos e a Padre João Manuel.  Lá dentro tem a nossa querida Livraria Cultura (da qual eu já falei em outro post) e duas salas do Cinema da Livraria Cultura (o Pedro também já explicou), além de muitas lojas e restaurantes (como o Viena). Tem também uma unidade do Caixa Cultural, onde ocorrem exposições e apresentações artísticas. Uma loja que eu recomendo é a Geek.etc.br, que é um anexo da Livraria Cultura. Lá dentro há action figures, games, CD’s, DVD’s, livros e HQ’s (inclusive importadas). Um paraíso, mas que poderia ser maior (e mais barato). Obs: em cima do prédio havia um grande relógio com a marca do Itaú, mas foi retirado há uns dois anos.
  Para mais informações sobre o Conjunto, clica aqui. Fica perto da Estação Consolação.

   




   Agora, um pouco de natureza: o Parque Trianon. Contém vegetação nativa da Mata Atlântica, bancos, parquinho, fontes... Enfim, é um parque bem tranquilo, uma área verde para descansar em meio aos prédios e correria. No Natal, costuma ter uma decoração com luzes bem bonita (assim como o resto da avenida). Há também uma escultura de Victor Brecheret e outra de Francisco Leopoldo da Silva. O parque está aberto todos os dias, das 6h às 18h, e fica em frente ao metrô Trianon (dãã...). Outro lugar que contrasta com a selva de pedra ao redor é a Casa das Rosas, da qual eu falei em outro post. E a avenida possui mais um parque: o Parque Mário Covas. Inaugurado em 2010, é ótimo para fazer uma caminhada e respirar ar puro. Há um bicicletário e a Central de Informação Turística Paulista, onde você pode se informar sobre lugares bacanas para visitar na cidade.








   Na frente do Conjunto Nacional existe o Shopping Center 3. Sendo mais uma opção de compras na avenida, possui mais de 100 lojas, um cinema (o Cine Bristol da Playarte) e uma admirável praça de alimentação. Aberto todos os dias, é um ótimo lugar para comprar coisas e pegar um cineminha depois do trabalho. Visite o site, para maiores informações.
  Outro shopping que existe por ali é o Top Center. No mesmo quarteirão da Gazeta, possui boas lojas, mas o que vale a pena ali mesmo é a praça de alimentação. Não deixe de visitar a Starbucks que existe ali. Sabe-se lá o porquê, mas parece que a Paulista inteira resolve almoçar lá. Tente comer depois das 14h, porque no horário de almoço não é possível encontrar mesa sobrando (o cara que planejou a disposição das mesas e cadeiras é um asno, espaço muito apertado), o lugar parece a estação da Sé às 6 da tarde. Para mais informações sobre o Top Center, clique aqui.

   


  

  Falarei agora sobre o prédio da Gazeta. Para mim, é o maior edifício da avenida. Sua altura, somada com a da antena, é realmente impressionante (pelo menos para mim).  Lá dentro tem bastante coisa: a TV Gazeta, a Rádio Gazeta, a Gazeta Esportiva, a Fundação Cásper Líbero, a faculdade Unip, o Colégio Objetivo e o Reserva Cultural (o Pedro já falou desse aí). A antena possui uma iluminação charmosa à noite, é realmente bonita. Recomendo uma sessão de cinema no Reserva e que fique sentado na escadaria fazendo qualquer coisa (tentando xavecar algum aluno do Objetivo ou da Cásper Líbero). Fica entre as estações Brigadeiro e Trianon-MASP (não sei ao certo qual a mais perto, talvez a Brigadeiro).
  




  Quando fui pela primeira vez à Avenida Paulista, não pude deixar de notar a arquitetura de um prédio além do MASP: o prédio da Fiesp. Lugar que abriga o Fiesp, Ciesp, Sesi e Senai (Paulo Skaf approves), foi inaugurado em 1979, com essa curiosa fachada que parece um tobogã. Lá dentro acontece de tudo: mostras, exposições, peças, cursos, exibições de cinema. Fique atento à programação no site, há sempre alguma coisa que você talvez goste. Localização: perto do metrô Trianon.
 
   


  Cultura nunca é demais, né? Por isso, temos o Itaú Cultural. Perto da estação Brigadeiro, promove todo tipo de atividade. E o melhor: tudo gratuito! Tem até biblioteca e um restaurante. O prédio também é bem bonito. Fique atento à programação cultural clicando aqui.

   


Fnac

Martins Fontes


  Agora, falarei de duas livrarias que eu poderia ter citado no meu post anterior, mas que me esqueci completamente. A primeira é a conceituada livraria da Fnac. Na frente da Gazeta, possui mais de 100 mil livros, fórum, galeria, espaço de tecnologia, revistaria. É muito grande! A segunda fica perto da estação Brigadeiro, a livraria da Martins Fontes. Um ambiente aconchegante, perfeito para comprar as obras da editora.


 
America. O refri nesse lugar deve custar uns 10 reais
  

  Todo ser humano precisa comer. E a Paulista respeita essa lei, com várias opções de peso. Além dos já citados restaurantes do Conjunto Nacional, Center 3 e Top Center, há ainda Bob’s, McDonalds (um McCafé muito bom perto da Consolação). Um bom restaurante é o America. Nunca fui lá, mas um amigo me disse que é ótimo. Ele falou para eu experimentar um dos 4 Burgers que eles vendem lá, bem carinhos por sinal. Também existem os bares e botecos, como a Prainha Paulista. Aos domingos tem umas barraquinhas na frente do Parque Trianom, coma lá (comi um taco muito bom em uma de comida mexicana). Tem também o Pastel da Maria, perto do número 1941, considerado o melhor da cidade (eu achei meio carinho). Mas há mais opções alimentícias nos arredores, principalmente na Alameda Santos, rua Haddock Lobo e, claro, a rua Augusta.

 
Ciclista: tome cuidado

  Sugiro que, na sua visita à avenida, pare para apreciar os artistas de rua. Há vários bastante talentosos, na primeira vez que eu fui tinha um cara tocando Dire Straits. Também é legal ver as bancas de jornal que existem por toda a Paulista. Eu já vi jornais estrangeiros, como o El País, e livros bons e baratos (como uma coletânea do Peanuts, que estava mais barato que na Cultura). Também é legal andar de bicicleta, aos domingos, das 7h às 16h (vai ter uma ciclofaixa no canteiro central ano que vem). Também é bacana visitar o lugar na época do Natal, pois tudo fica decorado e há várias atrações natalinas pela avenida.
  
 
Eu falei do Natal, mas essa é a festa do Réveillon

  A Avenida Paulista é um lugar excelente, um dos mais legais de toda a cidade. Se você é paulistano, um dos rituais obrigatórios para ir pro céu é visitar esse lugar. Até eu, que sou guarulhense, curto muito essa avenida (é mais legal que Guarulhos inteira). Recomendo fortemente que vá pra lá. Se nunca foi, não irá se arrepender (vai me agradecer).
   Nota do lugar: 20/10.
  

 

 

 
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