Vespas Mandarinas: Um suspiro do rock nacional

Esses dias, quando estava voltando para casa, no metrô, me deparei com dois adolescentes (mais ou menos da minha idade) que falavam sobre música, mais especificamente sobre rock. Ouvindo um pouco da conversa dos dois, não pude deixar de reparar que ambos concordavam que o rock no Brasil havia morrido nos anos 80/90, e tudo o que há hoje em dia no cenário do rock brasileiro é lixo. 
Fiquei um pouco instigado com a fala deles, mas acabei não intervindo na hora. Então o jeito é comentar aqui no blog sobre o assunto. 
Hoje, com a inspiração na fala destes dois garotos, falarei sobre uma banda brasileira que conheci recentemente e já a considero quase um marco no cenário do rock nacional atual: VESPAS MANDARINAS.

Sobre a história da banda, ela foi formada em 2009 aqui em São Paulo. Desde o início, a banda já era composta por alguns que já haviam tido contato com a música em outras bandas relativamente famosas. Era composta pelo guitarrista/voz Chuck Hipolitho (ex-Forgotten Boys e ex-apresentador da MTV), o também guitarrista/voz Thadeu Meneghini (ex-Banzé!), o baterista Mike Vontobel (Bidê ou Balde) e no baixo Mauro Motoki (Ludov). 
Contudo, em 2010, após o lançamento do primeiro EP da banda, Mike e Mauro saíram, dando lugar a André Dea na bateira (já participante da banda Sugar Kane) e Flavio Guarniei no baixo.
Todos estes já tiveram passagem por outras produções que também valem a pena de serem pesquisadas.



Como já dito antes, o primeiro EP foi lançado em 2010 e foi intitulado de “Da Doo Ron Ron”. Este primeiro passo foi bastante criticado, devido à falta de "tempero" na banda. Porém, é até aceitável, já que os integrantes ainda estavam definindo o "jeito" da banda e também ainda estavam conhecendo o estilo um do outro nos instrumentos.
Em 2011, foi lançado o segundo EP, intitulado de "Sasha Grey" (isso mesmo) e este já mostrou um pouco mais de firmeza no som dos caras, levantando até uma certa expectativa para o que estava por vir no futuro. Destaque às músicas "Sasha Grey" e "Antes Que Você Conte Até Dez".

Passaram-se então 2 anos. 2 anos de shows muito bons, principalmente em São Paulo, e parcerias com bandas também emergentes no cenário do rock nacional como Black Drawing Chalks e Vivendo do Ócio. Então, em 2013, a banda fecha com a gravadora Deck para lançar o seu primeiro álbum inteiro.

Em 2013, foi lançado o CD "Animal Nacional", e foi aí que que o barato ficou louco. O álbum, com músicas em parcerias de peso (Arnaldo Antunes é uma delas), foi muito bem nas críticas e tem sido considerado por muitos uma simbolização da volta do que realmente chamávamos de rock nacional, que geralmente só incluía bandas dos anos 80/90.
E isto não é à toa. O álbum têm grandes influências desta época do rock brasileiro e reúne suas principais características: letras instigantes e melodias contagiantes, fazendo da obra uma que foge daquela "música de corno", muito comum, até no rock, nos dias de hoje.
Dentre as músicas do álbum, destaco "Não Sei O Que Fazer Comigo" (versão de “Ya No Sé O Qué Hacer Conmigo”, da banda uruguaia El Cuarteto de Nos), "Santa Sampa" e  "Cobra de Vidro".

A banda costuma fazer shows frequentemente em São Paulo, e o ingresso geralmente não passa de 30 reais. Já aviso que vai rolar um show no Centro Cultural São Paulo, agora no dia 11/10, mas se você não conseguir comparecer ou preferir outra data/local, basta dar uma olhada na programação deles no site: http://vespasmandarinas.com.br/.

Concluindo, o rock nacional não morreu, e basta uma breve pesquisada para comprovar isto. Bandas como Vespas Mandarinas, Vivendo do Ócio e Selvagens á Procura de Lei demonstram perfeitamente, que o que falta, sim, é a valorização de bandas como estas, para que o cenário do rock no Brasil volte a crescer como em décadas passadas.






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