Mais filmes de 2015

Olá, internautas. Agora vou escrever sobre os filmes que vi nesse segundo semestre do ano que acabou de se despedir. Tem muito mais coisa do que nos primeiros seis meses, mas tentarei ser o mais breve possível. Tivemos um filme Marvel, uma bomba Marvel/Fox (já dá pra imaginar), filme do Spielberg, mais um 007, conclusão de uma franquia popular adaptada, Sarah Connor, Tom Cruise e o apoteótico sétimo episódio de Star Wars. Relembrando: as notas são completamente subjetivas e baseadas em meus próprios critérios.


O Exterminador do Futuro: Gênesis

Nunca canso de dizer que Terminator acabou no 2. Além de ser um dos melhores filmes de ação das últimas décadas e um marco na história dos efeitos especiais, encerrava a franquia com dignidade e respeito. Todavia, James Cameron foi embora, e veio a fome de dinheiro. 

O terceiro é uma cópia sonolenta dos outros, enquanto o quarto capítulo parece ser um fruto daquela greve dos roteiristas de 2007-2008, e deve ter sido. Como a referida "salvação" contida no título não veio, em 2015 foi a vez da franquia tentar se redimir.
Não conseguiu me empolgar. A interessante crítica à onipresença da rede em nossas vidas se perde em meio a um roteiro que se complica com linhas temporais paralelas e nem se presta a amarrar as pontas soltas. Emilia Clark (a Daenerys Targaryen) tenta emular Linda Hamilton sem sucesso e as melhores reviravoltas foram entregues de bandeja nos trailers. Exemplo de campanha publicitária, heim?


Se o roteiro não empolga, pelo menos Jason Clarke convence como John Connor e a presença do deus Schwarzenegger diverte qualquer um, com suas frases de efeito, autorreferências e caricaturas de si mesmo. Com certeza eu teria aproveitado melhor o filme se não tivesse visto o trailer antes. Mas fica a impressão de mais um longa esquecível que nada acrescenta à série. Nota: 5 de 10.


Homem Formiga
Sempre achei o Homem Formiga um personagem subestimado pela própria Marvel. Ele tem seu crédito por ser membro fundador dos Vingadores e ter certo papel de liderança e importância científica no universo da Casa das Ideias. Até passou o manto pra outro cara, mas nunca teve fases, histórias, minisséries ou mesmo um título próprio marcante e memorável tal como seus companheiros de equipe mais famosos. 
Frente à desconfiança do público leigo na capacidade do estúdio de entregar um bom filme sobre um herói que encolhe, a Marvel nos entregou mais um ótimo longa, que se encaixa entre suas melhores produções no meu top 5 Marvel facilmente. 
Diferente de outros filmes deles, o humor aqui não só serve como quebra de clima mas também como recurso narrativo importante que define o tom do longa ao não se levar a sério, quebrando a resistência do espectador ainda desconfiado. A mistura com um plot de invasão e assalto misturado a cuidadosas e empolgantes cenas de ação "encolhidas" cativam o espectador e mantém um bom ritmo pipoca até o fim da projeção.
Com um romance interessante que não cai no piegas, uma bem feita relação pupilo-mestre entre Hank Pym (o excelente Michael Douglas) e Scott Lang e uma subtrama familiar bem trabalhada, Homem Formiga se revela mais um grande acerto da Marvel e encerra com chave de ouro a Fase 2. Obs: que belo trabalho de CGI fizeram no Michael Douglas no começo do filme. Parece o Michael que ganhou o Oscar por Wall Street lá em 87. Nota: 8,5 de 10.


Quarteto Fantástico 
O fiasco do ano. É tão difícil assim fazer filme dessa equipe? Se a desculpa fosse material base ruim até colaria minimamente, mas quadrinho bom é o que não falta.
Botei fé nessa coisa desde que começaram a sair as primeiras imagens e informações da pré-produção. As expectativas aumentaram conforme eu me perguntava como seria essa nova abordagem mais Ultimate da família super poderosa nas telonas, em sua quarta tentativa. Afinal, não tinha como ser pior que os outros, né?
É bem capaz desse aí ser melhor
Mas Quarteto Fantástico realmente me surpreendeu, por ser surpreendentemente ruim. Até tem um começo promissor, uma boa abordagem da relação construída entre Ben Grimm e Reed Richards, bom desenvolvimento de laços entre a equipe no laboratório e uma esperança nessa pegada de ficção cientifica. 
Mas aí já começa a dar ruim. Poucas reviravoltas e ação até quase metade do longa. O laboratório ocupa tempo demais do filme, como se arrastasse para amenizar minha reação com o pior que estava por vir.
E veio. Após já encher o saco, Quarteto Fantástico mostra a que veio. O terceiro ato mais ridiculo que já vi no cinema nos últimos anos. Um vilão com motivações fracas que se revela do nada de maneira tosca. Que caracterização ridícula do Doutor Destino! Uma batalha final incrivelmente infantil, clichê e ruim (algo do tipo "Podemos não ser páreos contra ele sozinhos, mas juntos, podemos derrotá-lo". Aaaaaaah, vá!). Um filme que não diverte. Não é daqueles que de tão ruins chegam a ser bons, esse de tão ruim é ruim mesmo.
Tem Pokémon que assusta mais que isso aí
Não sei de quem foi a culpa por essa bomba. A direção foi conturbada, o clima no set tava pesado, a Fox meteu o bedelho no que poderia ser uma idéia fantástica. Só sei que um excelente elenco foi desperdiçado e manchado com isso, assim como a carreira do promissor cineasta Josh Trank. Podem não concordar com a minha opinião, mas quando o diretor sai atirando pra todo lado no Twitter, a atriz faz piada com o próprio filme e os elenco não faz questão de ser percebido em convenções, é porque fantástico não foi. Nota: 2,5 de 10.


Missão Impossível: Nação Secreta

Missão Impossível é uma das minhas franquias favoritas. Tom Cruise é um baita ator. Misture os dois e mais uma pitada de excelente direção do Christopher McQuarrie, um roteiro inteligente, uma Rebecca Fergunson brilhante em seu papel e ação de tirar o fôlego. Temos um dos melhores filmes da série e um dos melhores do gênero que saíram esse ano.
Filme divertidíssimo, mantém o mesmo nível do Protocolo Fantasma com cenas igualmente memoráveis. Tom Cruise mostra todo seu talento e coragem de gravar sem dublê, Rebecca Fergunson faz a femme fatale forte e inteligente, Simon Pegg continua sendo o alívio cômico eficiente e McQuarrie monta belas cenas de ação que parecem cutscenes de games e equilibra humor, emoção, ação cerebral, perseguições, tiroteio, etc., com uma fluidez impressionante. Tudo o que um bom M.I. deve ter. Só o Jeremy Renner deu uma sumida, mas nada que atrapalhe a qualidade deste quinto capítulo. Nota: 9 de 10.


O Pequeno Príncipe

Quando fui ver esse filme, tinha duas expectativas em mente: que me agradasse visualmente e que transmitisse a mensagem do livro. Correspondeu às duas e ainda foi além.
Como objetivo de apresentar às crianças esse clássico da literatura mundial, o longa tem sucesso ao misturar duas histórias e suas respectivas técnicas de animação. A menininha que tem um "plano de vida" montado pela mãe e conhece um velho piloto, além da história do livro em si, totalmente em stop motion. Aliás, é belíssimo.
No terceiro ato, as duas histórias se encontram e criam um certo epílogo para o livro, no qual o próprio príncipe "se esquece" e os personagens alegóricos vêm ao nosso mundo. No fim, a velha mensagem de não nos esquecermos da criança interior frente ao nosso mundo corrido, individualista e presunçoso é passado com sucesso a arranca lágrimas de muita gente na sala. Nota: 9 de 10.



O Expresso do Amanhã 
Essa película saiu lá fora em 2014, mas só veio pra cá em 2015 com cópias vergonhosas devido a probleminhas de distribuição e à birra de um produtor. Porém, antes tarde do que nunca.
O longa parte de uma premissa pós-apocalíptica interessante. A humanidade enclausurada em um trem cria a possibilidade de exploração de um ambiente reduzido, mas ao mesmo tempo exótico e sufocante. Tecnicamente, a fita é impecável: cada vagão possui um design próprio, as cenas de ação são conduzidas com cuidado no que tange ao uso de câmera lenta e carregamento de tensão, e a fotografia nos faz passar do ambiente dos "pobres" ao dos "ricos" de maneira crível e natural.
Entretanto, o filme vai além de sobrevivência no fim do mundo ou uma luta contra o capitalismo opressor. Percebemos a naturalidade em se separar a humanidade em castas, sem que haja motivos materiais para isso. A necessidade de manipular ideias e desejos em prol da manutenção do sistema. O final pode parecer estranho, mas ao mesmo tempo libertador e, de certa forma, anárquico. Nota: 9 de 10.


A Corrente do Mal

O único filme de terror que vi esse ano, já que não tive a mínima vontade de ver A Forca ou o remake de Poltergeist. Só que acabei me surpreendendo com esse.
É daqueles filmes que se preocupam em construir um clima de tensão lentamente ao invés de recorrer a sustos a cada 5 minutos. Apesar de eu não ter achado o elenco muito bom, a história prende e as cenas mais tensas são construídas muito bem. A própria idéia da "maldição sexual" que deve ser transmitida a outro já conduz uma atmosfera mais urgente e desesperadora, sem cair no ridículo ou em cenas adolescentes vergonhosas que estragariam completamente o clima.
A Corrente do Mal possui uma boa trilha sonora e uma fotografia que se encaixa no clima, mesmo com muitas cenas diurnas. A paranoia é constante e, ao final da sessão, tive a certeza de ter visto um bom filme de terror. Nota: 7,5 de 10.


O Agente da U.N.C.L.E.

Mais um filme do Guy Ritchie. Sinceramente, depois de Snatch não consegui mais me empolgar com nenhum longa dirigido por ele, com exceção talves de Revolver. No fim, achei O Agente da U.N.C.L.E. um filme como seus Sherlock Holmes: legalzinho, bonitinho e estiloso, mas fraco em conteúdo.
O figurino e a ambientação nos anos 60 é incrível.  Ponto positivo também para a química entre os dois atores principais. O americano estiloso e o soviético explosivo formam uma dupla interessante e que me fez perguntar como se dariam em possíveis sequências e até em como eram no seriado antigo que leva o nome do filme.
Todavia, o filme se rende aos clichês do gênero e sua história não empolga. O protagonista galã mas sem o charme do James Bond; a mocinha filha do cientista sequestrado que é uma agente dupla, tripla, quádrupla; vilã desinteressante e um clímax tão empolgante quanto um passeio aqui em Guarulhos. Até diverte, mas podia entregar coisa melhor. Nota: 6 de 10.



Paro por aqui, pois o post ficaria mais chato do que já está. Até a próxima o/.









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