Os filmes de 2015

Mais um ano vai se acabando e aqui estou eu novamente pra mais um post nesse maravilhoso blog. 2015 vai indo embora e muita coisa aconteceu. Ameaça de impeachment, Eduardo Cunha e seu House of Cards brasileiro, França sob ataque, EI, Lava Jato, lama em Minas, imigração na Europa, casamento gay, empoderamento feminino, Wesley Safadão, "Já acabou, Jéssica?"... A economia mal das pernas, a política meio estranha, mas e o cinema? Deixo aqui uma análise dos filmes que eu vi esse ano. Alguns saíram lá fora em 2014 e chegaram aqui este ano, por isso falei desses também. As notas são completamente subjetivas e não devem ser levadas tão a sério.

Unindo o útil ao agradável: Wesley Big Shameless como solução para a crise em Brasília 
Os Pinguins de Madagascar



Eu gosto bastante dos coadjuvantes engraçadinhos dos filmes de animação de grande sucesso. Não tenho nada contra os minions e gosto bastante dos pinguins do filme Madagascar. Talvez por esperar mais desse filme devido ao humor nonsense que possuem, me decepcionei um pouco por não ter tanto dele. Mas a ação e a trama de espionagem me conquistaram. Nota: 7 de 10.

Bob Esponja: Um Herói Fora d'Água

Fui pro cinema esperando nada desse filme e até me surpreendi. O filme consegue divertir e ter a mesma energia que o desenho. O ponto alto são os momentos na animação tradicional embaixo d'água, pois a parte "fora d'água" contida no título é totalmente subutilizada e até decepcionante. Porém, gostei da referência ao Guia do mochileiro das galáxias. Nota: 6,5 de 10.


Velozes e Furiosos 7

When I see you again
2015 foi um ano de sucessos avassaladores de bilheteria e esse foi um deles. O sétimo capítulo da franquia abraça de vez a ação e o absurdo e diverte na medida certa com lutas, corridas, perseguições e explosões que desafiam a lógica e as leis da física. Tem ainda como cereja do bolo uma bela e chorosa homenagem a Paul Walker, falecido em 2013. Fui ao cinema com boas expectativas e todas foram satisfeitas. Nota: 7 de 10.


Whiplash: Em Busca da Perfeição 

O vencedor de 3 Oscars é um filme nervoso, poderoso e cheio de adrenalina. As atuações de Miles Teller e J. K. Simmons são carregadas e intensas, nas quais a fúria e a dedicação em criar um novo prodígio da bateria se transparecem em cada gota de suor e de sangue.
A montagem das cenas de solos de bateria são compostas com maestria. Cada plano estático da execução das músicas compõem sequências que carregam intensidade e emoção. O belo clímax é prova disso, na qual a catarse do protagonista é traduzida em poucos diálogos, através de planos, pratos e tambores. Uma bela narrativa de dedicação, obsessão, talento e muito jazz. Imperdível. Nota: 10 de 10.


O Grande Hotel Budapeste

Um deleite para os olhos e ouvidos. Wes Anderson utiliza seu conhecido estilo para criar uma cativante e empolgante história. Com um elenco estelar, excelente figurino e cenografia, boa trilha sonora, Anderson utiliza seus planos frontais, travellings e cores chamativas para compor uma história de aventura, roubo e passagem de tempo na qual a saga de um hotel em um país fictício da Europa é contada com fluidez e riqueza de detalhes.
Após realizar seu maravilhoso Moonrise Kingdom, Wes Anderson repete sua fórmula manjada, mas infalível, para fazer mais um excelente filme, merecedor dos 4 Oscars que recebeu. Nota: 9,5 de 10.


Kingsman: Serviço Secreto


Uma das grandes surpresas do ano. Mais uma boa adaptação vinda da obra de Mark Millar, o roteirista dos quadrinhos "adaptáveis". O longa conta com um ótimo elenco encabeçado por Collin Firth, boas cenas de ação, personagens carismáticos, um humor nonsense e situações bizarras que divertem o espectador.
Divertido e empolgante, Kingsman realiza uma interessante sátira a filmes de espionagem que deixa o público mais do que satisfeito ao final da projeção. O primeiro de alguns filmes de espionagem muito bons que saíram este ano. Afinal, difícil não curtir uma cena de matança peculiar na igreja ao som de Free Bird. Nota: 8,5 de 10.


Os Vingadores: A Era de Ultron
Já escrevi em outro post minhas impressões sobre esse filme. Um roteiro corrido com soluções fáceis demais, vilão mediano e personagens jogados no lixo ficaram como pontos negativos, mas a aventura, evolução de alguns heróis, carisma, entrosamento de equipe e cenas de ação bem feitas que lembram bonitas splash pages de quadrinhos fizeram de A Era de Ultron um grande entretenimento. Nota: 7 de 10.



Mad Max: Estrada da Fúria

Também já falei desse aqui. O ano acaba e esse continua sendo o melhor filme de 2015 pra mim. Conta com uma direção mais que espetacular de George Miller, que faz aqui o Mad Max que queria ter feito nos anos 80. Fotografia, cenário, trilha sonora se unindo em um belo mise-en-scène. O excelente roteiro consegue prender o espectador na ponta da cadeira por duas horas.
As atuações se sobressaem. Tom Hardy é o Max Rockatansky de poucas palavras, como sempre, mas deixa o protagonismo de lado para fazer Charlize Teron brilhar como a Furiosa. Uma mudança de perspectiva muito bem vinda, que funciona e dá novos ares à franquia e, por que não, ao cinema de ação em geral. Bater na tecla do heroísmo ser ou não ser de Max é não enxergar a qualidade e méritos do longa como um todo.

Com cenas de ação espetaculares, construídas com cuidado em planos, cortes e enquadramentos, além da escolha por efeitos especiais práticos, consagram o trabalho do diretor em suas decisões artisticas e de condução da narrativa. Uma furiosa (com o perdão da palavra) história de fuga, esperança, desespero e redenção em um mundo desértico e hostil que levanta questões acerca do nosso próprio mundo.
"Don't get addicted to water"
Sim. A liderança através da tirania, a coisificação do ser humano como instrumento do sistema e a lavagem cerebral em nome de uma crença existem. São críticas sim, muito simples, mas nunca simplórias. Afinal, prefiro filmes simples, porém belos e eficientes quanto ao que desejam passar, do que filmes que pensam que dizem muito, mas ao mesmo tempo não dizem nada. Nota: 10 de 10.



Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível 
Um filme que achei bem longe de ser espetacular, mas que me surpreendeu positivamente. Brad Bird, diretor das memoráveis animações O gigante de ferro, Os incríveis e Ratatouille, faz um bom filme que tem como principal trunfo sua história criativa e curiosa, com a missão de trazer uma boa mensagem.

Baseado nas idéias de Walt Disney para a criação de seu parque temático, Tomorrowland aborda a ideia de um mundo esperançoso com positivismo (não no sentido politico da palavra) e atitude em frente aos problemas da nossa realidade. A história é um sopro de originalidade no que diz respeito a muitos blockbusters pessimistas de entretenimento barato e fraco. Mesmo assim, o longa não é isento de falhas: o terceiro ato anticlimático, diálogos e motivações "mastigadas" para o público. Falhas de roteiro consideráveis que fazem a qualidade do longa, infelizmente, cair. 
Apesar dos insucessos, a mensagem é bonita e urgente frente aos nossos atuais problemas. Um filme otimista em meio a um mundo que lucra com a tragédia, o pessimismo e a banalização da violência. Vale o preço do ingresso. Nota: 7 de 10.


Jurassic World
A terceira maior bilheteria de todos os tempos estreou sob grande expectativa, inclusiva minha, já que o Jurassic Park de 93 sempre me divertiu todas as vezes que o vi na TV. Posso dizer que não me decepcionei quanto à diversão. O espírito de aventura estava lá, e a nostalgia correu solta pela sala do cinema.
A decepção veio um pouco depois. Achei a velha história de criatura perigosa fugindo e tacando o terror no parque comum e enjoativa, e, nesse ponto, o filme não conseguiu se reinventar. O vilão é esquecível e as subtramas são ruins. Do elenco, o único que se salvou pra mim foi o Chris Pratt, excelente em seu papel.
Entretanto, os dinossauros estão assustadores e com sede de sangue, e é isso o que levanta a bola do filme. Bom entretenimento. Nota: 6 de 10.


Divertida Mente

A Pixar retorna em grande estilo com seu belíssimo time criativo pra nos entregar mais uma maravilhosa animação. O estúdio desfila toda sua criatividade e extrema capacidade técnica em mais uma obra-prima.
A antropomorfização das emoções na cabeça de uma garotinha pode soar excessivamente infantil e expositivo demais, mas funciona incrivelmente no filme, assim como também encanta. O funcionamento do cérebro humano e da fabricação de idéias, sentimentos, memórias e sonhos são reinventados de uma maneira encantadoramente criativa e surreal. 

Sob a direção de Pete Docter, os animadores da Pixar demonstram seu talento humilhante como sempre, criando uma película perfeita no que diz respeito a formas, cores, texturas, preenchimentos e iluminação. O roteiro mistura didatismo, humor, aventura, tensão e emoção na medida certa, com um dinamismo incrível. As crianças se divertem e os mais velhos se identificam e se comovem. Eu,particularmente, quase fui às lágrimas na história do amigo imaginário (saudades de você, George).
Novamente, a Pixar dá uma aula de cinema e arrebata público e crítica. Tem Oscar chegando... Nota: 10 de 10.


Minions

Sempre gostei desses bichinhos amarelos e de todos os produtos relacionados a eles. E com bonequinho e lancheira vendendo mais que água e Club Social, óbvio que a Universal não foi besta e fez mais um rolo compressor de bilheteria no ano (Velozes e Furiosos 7 e Jurassic World foram dela também).

Não achei um filme ruim, mas também não achei muito bom. Tem um começo divertido e promissor (que é praticamente o trailer todo), mas a história e as piadas perdem o rumo completamente e torci pro filme acabar logo. A Scarlet Overkill nem de longe tem o carisma de Gru e os minions, personagens que eu gosto, não conseguiram sustentar um longa metragem. 

O que se salva é o carisma das criaturinhas e a ótima trilha sonora, com direito a Eruption tocada furiosamente na guitarra. As crianças com certeza se divertem muito, enquanto muita gente dorme. Eu fiquei no meio, como a nota que dei pro filme. Nota: 5 de 10.


Esses foram os filmes que eu vi no primeiro semestre de 2015 nos cinemas. O próximo post segue a lógica. De julho a dezembro, de Homem Formiga a Star Wars. Pode-se dizer desde já que Universal e Disney se deram muito bem e passam o ano novo de mãos dadas pulando as sete ondas do mar do dinheiro. Até.




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